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Evento que abordou Psicologia Fenomenológica aconteceu sexta-feira na sede do CRP-PE

Na última sexta-feira, 12 de maio, o Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco 2ª Região (CRP-PE) realizou, em sua sede, através da Comissão de Psicologia Clínica, o “Jornadas Clínicas: Psicologia Fenomenológica em Pernambuco”. O evento contou com nomes especializados que iniciaram um debate enriquecedor com a categoria de estudantes e profissionais de psicologia.  

O momento se iniciou com abertura e mediação feitas pela psicóloga Íris Braga de Macedo (CRP-02/20.2640). Logo após, a conselheira do XVII Plenário do CRP-PE Noite Bergoleon de Medeiros Farias CRP-02/22.903, realizou colocações sobre a comissão e enquanto atuação na atual gestão

Dando seguimento ao encontro, o psicólogo e pós-graduando em Psicologia Clínica Fenomenológica Existencial e também conselheiro do CRP-PE, Rui Gonçalves da Luz Neto (CRP-02/22.350), discorreu sobre a multiplicidade da fenomenologia, afirmando que era tempo de pensar em uma fenomenologia para o povo. “Sinto falta de espaços como esses, que pensam em uma fenomenologia pernambucana”, destacou Rui. Na oportunidade, o conselheiro também pontuou a sua atuação junto a Comissão de orientação e fiscalização (COF).

Também compondo a mesa, a psicóloga especialista em clínica fenomenológica existencial, Karol de Pontes (CRP-02/22.029), prosseguiu elucidando sobre o termo “abordagem” dentro da Psicologia. A profissional informou que abordagem se difere de perspectiva ao se tratar de psicologia fenomenológica. Karol disse ainda que “aquilo que lhe rompe na existência, é a forma do uso da palavra perspectiva, ao tratar da fenomenologia”. 

Unindo-se a Rui, que verbalizou a frase “precisamos descolonizar a fenomenologia”, Karol trouxe aspectos históricos do povo pernambucano evidenciando quanto os colonizadores usufruíram das terras, marcas e riquezas culturais dos povos originários do nosso território. 

Thaís de Lima, estudante de psicologia e estagiária em clínica fenomenológica existencial, destacou a importância de ocupar espaços. Assim como a aluna, Rui também citou espaços a serem ocupados em seus dizeres: “como fazer uma psicologia dentro de um recorte em que sou atravessado por questões sociais extremamente fortes? Fazer psicologia para o outro é estar comprometido com as questões sociais do meu estado”.  A influência da mídia também foi colocada na fala da discente, enquanto essas ferramentas podem ser usadas para difundir a saúde mental. Na ocasião, falou ainda da quantidade de conteúdo voltado apenas para um tipo de público. “É necessário levar os serviços para todas as pessoas sem distinção de etnia, raça, gênero e afins. É que estamos aqui para acolher o que quer que seja”, afirmou Thaís. 

A defesa e acolhimento dos fenômenos também foi citada, a exemplo da luta antimanicomial. Thaís afirmou que a categoria está aqui para mudar essa situação, para entender o respeito pelo que urge no outro, seja enquanto profissionais, ou quanto pelo indivíduo. Isso dá início ao que se pode conquistar. “Ainda temos espaços brancos, colonizados e elitizados. Precisamos ter e ser a resistência”. “Quando digo que sou estudante de psicologia, isso já é resistência”, finalizou a jovem.   

O público, composto por estudantes e profissionais de psicologia, interagiu com contribuições extremamente pertinentes para o amplo debate com a mesa, que enriqueceu e ampliou o conhecimento das pessoas presentes acerca do tema Psicologia Fenomenológica.  

O Conselho reitera a importância da participação por parte da categoria nesta e nas próximas iniciativas que irão acontecer periodicamente, e agradece a colaboração da mesa e do público para o debate e aprendizado no evento.