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Uma perda difícil para a psicologia

Informamos que ocorreu no último domingo (07/02/2016), em Minas Gerais o funeral e sepultamento do psicólogo Marcus Vinícius de Oliveira e Silva , o Marcus Matraga. Momento de muita emoção, dor, apelos de justiça e esclarecimentos dos fatos que interromperam abruptamente sua valente trajetória no campo da defesa dos Diretos Humanos e das lutas contra a exclusão e as mais diversas formas de segregação social. O Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco – 2ª Região esteve representado por meio da psicóloga Christina Veras CRP-PE/2220. A profissional compôs a diretoria do CFP ao lado de Marcus Vinicius e militou com ele por muitos anos, o que justificou a escolha da representação para ocasião.

O momento de comoção reuniu usuários, familiares, militantes, trabalhadores da saúde mental de todo país . A luta antimanicomial era uma das bandeiras defendidas com fervor por Marcus Vinicius e foram entoadas durante a cerimonia de adeus canções e palavras de ordem referentes ao movimento.

Alguns Conselhos Regionais foram representados, assim como o Conselho Federal de Psicologia, além de outras entidades, a exemplo da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia – ABEP, Associação Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO, União Latino – Americana de entidades de Psicologia - ULAPSI. Federação Nacional dos Sindicatos dos Psicólogos - FENAPSI, entre outras.

Contrário a qualquer tipo de violência, Marcus Vinícius foi vítima de um crime bárbaro. A categoria em Pernambuco se fez presente e por meio de sua representação, pode externar a sua indignação diante do fato e o desejo de resolução por parte dos órgãos competentes. “Nós de Pernambuco clamamos por justiça e esclarecimento desse bárbaro assassinato. Estamos consternados diante do acontecimento, mas Marcos Vinícius estará presente hoje e sempre, seu legado, sua luta não morre com ele! Daremos continuidade porque esse é o nosso compromisso, o compromisso da Psicologia com a dignidade da existência humana e com a sociedade”, falou Christina.

Devido à proximidade, Christina relatou o quanto à psicologia mudou com a luta de Marcus.

“Desde muito cedo, ainda enquanto estudante, Marcus já atuava no Diretório Acadêmico (DA) da Universidade em Minas Gerais. Saiu de casa aos 17 anos e viveu em favor da política. O compromisso social da psicologia esteve muito presente em seus atos. Antes elitista e voltada para os interesses individuais a Psicologia – hoje – depois do legado de Marcos Vinícius, junto com outros profissionais, tornou a psicologia mais empoderada no contexto político social. Passamos a ocupar espaços de departamentos políticos federais, em diversos segmentos e a participar de lutas em favor das minorias, tais como luta antimanicomial, psicologia jurídica e afins, todos em favor dos diretos humanos, ao qual tanto defendeu”.

Assim, mais uma vez, nós do Conselho Regional de Psicologia da 2ª Região, clamamos por justiça porque não assassinaram um homem comum, tentaram eliminar a esperança desse povo por justiça social.