Notícias

Encontro que abordou Psicologia Psicanalítica aconteceu sexta-feira no CRP-PE

Na última sexta-feira, 14 de abril, ocorreu um evento na sede do Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco 2ª Região (CRP-PE), através da Comissão Temática de Psicologia Clínica, voltado para a Psicologia Psicanalista em Pernambuco. Um dos tópicos mais abordados foi a questão racial na psicologia e psicanálise pernambucana, levando os nomes que estiveram presentes a levantarem questões importantes sobre o tema.  

Na roda de diálogo, a psicóloga Andreza dos Anjos CRP-02/23.026, iniciou destacando que o olhar da Psicologia psicanalítica ao trazer em destaque um assunto demarcante como esse é uma forma de reafirmar o quanto a profissão possui sua base estrutural teórica de autores que pensam para um povo branco. 

Alyne Silva Macedo CRP-02/23.818, também psicóloga, lembrou que a subjetividade e individualidade do sujeito impactam totalmente no processo de análise, e que é preciso um olhar mais atento a quem se encontra em situações de desigualdades sociais e políticas. A profissional citou também questões culturais como as pautas tradicionais afrodiaspóricas e lamentou o fato de que, mesmo com 56% de pessoas negras no país, o racismo ainda existe e está presente na clínica e nas escutas. 

O psicólogo e psicoterapeuta Ruano de Brito Alves CRP 02/22.369, um dos nomes convidados a conduzir o momento, se uniu a fala das colegas e destacou a construção de ambientes acadêmicos de qualidade e com espaços para a docência. Ruano afirmou ainda que não há como fazer psicologia sem ser atravessado pelas dores e marcadores sociais do outro.   

Ao longo do diálogo, Alyne apontou que pensar na psicanálise em Pernambuco é pensar que mesmo as pessoas que nem se reconhecem negras, sofrem racismo. Ruano, inserido no mesmo viés, explicou a existência de um grupo que faz uso de privilégios, mas em Pernambuco, com tantos perfis sociais, a psicanálise requer uma atuação de afetos, e concluiu sua fala indagando “Será que naquela época, nos primórdios da psicanálise, também não existiu militância?” 

Dentre as mensagens das considerações finais, os profissionais concluíram afirmando que é necessário pensar em uma psicologia política, que combate a toda forma de violência, escutando o que se tem a dizer e olhando para si primeiro, para olhar o outro.  

Ao final do encontro, a conselheira Noite Bergoleon CRP-02/22.903, contou como se deu a criação da Comissão, fez uma explicação sobre a questão do funcionamento das Jornadas Clínicas nos próximos meses e convidou a todas as pessoas para fazerem parte do CRP e das próximas iniciativas. 

Dentre as pessoas presentes de público estiveram representantes do XVII Plenário do CRP-PE como os conselheiros Rui Gonçalves da Luz Neto CRP-02/22.350 e Edson de Souza Lima CRP-02/21.559, além de psicólogas e estudantes de psicologia de várias IES da RMR.