Nascido por volta de 1655, Zumbi foi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares e, até então, 322 anos após a sua morte, ainda é uma referência no enfrentamento ao racismo e símbolo da luta pela liberdade do povo negro. Instituído como feriado nacional em 10 de novembro de 2011, o 20 de novembro comemora o dia da Consciência Negra em memória desse líder inspirador que foi morto nesta mesma data.
Em um país cuja sociabilidade é estruturada pelo racismo, veementemente negado e que se faz presente de forma velada, a cultura negra que resistiu aos açoites, às proibições e negações, reforça nesta data, a necessidade de nos mantermos firmes e atentas/os na defesa e garantia dos direitos das pessoas negras. Por estarmos inseridas/os em contexto cultural racista, as ações, projetos e programas que investem na população negra com o intuito de resgatar a identidade negra positiva e aguerrida, sofrem duras críticas. Críticas essas que vão ao encontro do que se impõe há alguns séculos, a manutenção da ordem social vigente, ou seja, a naturalização de situações de dominação onde o “subjugado” não pode questionar esse lugar.
Atenta ao adoecimento causado pelo racismo, a Psicologia, enquanto categoria, não se isenta da discussão e insere em suas pautas, questões relacionadas à temática étnico-racial e o enfrentamento ao racismo. Embora em total consonância com o que preconiza o código de ética da/o profissional Psicóloga/o, não é um tema que gere consenso. Estando, apesar das contradições, como um reflexo percentual da nossa sociedade (racista), este é um lugar que não nos cabe ocupar.
Lançada há 15 anos, a Resolução 018/2002 do CFP chama atenção para pontos já contemplados pelo Código de Ética da categoria, inserindo de forma mais específica a questão do preconceito racial e a orientação da conduta profissional em situações de racismo. Independente de crenças e posicionamentos pessoais, o conteúdo trazido pela pessoa que busca atendimento psicológico em virtude do racismo, precisa ser, antes de tudo respeitado. Conforme prevê a resolução acima citada, as/os profissionais psicólogas/os não poderão ser coniventes ou omissos frente a situações de preconceito, discriminação e/ou racismo.
A quem ainda se questiona o que a Psicologia tem a ver com isso, a consideração de que o preconceito racial humilha e a humilhação social faz sofrer, foi uma campanha promovida pelo CFP e, a mesma formulação, integra texto da Resolução 018/2002. Acolher, propor reflexão e atuar no enfrentamento ao racismo é dever de toda/o Psicóloga/o. Sim, a Psicologia tem tudo a ver com isso.
Em consonância com essas orientações, o Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco – 2ª Região (CRP-02), atento à relevância da temática, conserva a atual Comissão de Enfrentamento ao Racismo. Inicialmente Grupo de Trabalho, a Comissão assumiu esse status em meados de 2016. Atuando no enfrentamento ao racismo desde fevereiro de 2016, o grupo que hoje compõe a Comissão, além de reuniões semanais, se organiza para atuação em vários segmentos onde a presença da categoria se faz pertinente. Representando o CRP nas diversas esferas, participa de Conselhos Municipais, Estaduais, Conferências, articulando também, atividades próprias como palestras e rodas de conversa, demonstrando o compromisso ético em defesa da dignidade humana e na orientação aos profissionais de Psicologia sobre o racismo.
Nesse sentido, corroborando com a luta pela efetivação dos direitos da população negra, é fundamental que estejamos presentes nesse dia que concentra forças e renova a resistência. O dia da Consciência Negra ainda se faz necessário, pois ainda vivemos em uma sociedade cujos privilégios são ofertados a uma população e a marginalidade imputada a outra. O dia da Consciência Negra ainda se faz necessário para que a população negra tenha consciência da sua verdadeira história, tenha consciência das suas capacidades, direitos e o lugar que ocupa na sociedade, para assim, refletir, questionar e lutar. Ainda se faz necessário que ações afirmativas sejam propostas para a população negra. Ainda se faz necessário que o povo negro se veja como negro e capaz. Negro e produtivo. Negro e respeitado. Negro e amado. Negro e forte. Negro e resistente. Negro e agente de sua própria mudança, senhor do seu destino.
“Povo preto unido, povo preto forte, que não teme a luta, que não teme a morte”.
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